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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O Exílio - Capitulo II

Do Exílio para o Infinito


Já estou aqui faz um mês! Como eu sei? Meu bracelete marca a data, é o único meio de marcar o tempo que eu tenho, ainda bem que ele funciona com energia solar, e aqui tem uns quatro sóis, pelo que eu contei. As cores aqui são engraçadas, arvores são laranjas nas folhas, e rosada no caule, algumas mudam o tom, a grama em alguns lugares é azul, outros é amarelada, tem varias cores. O céu de dia muda de roxo, lilás, um amarelo alaranjado, acho que é meio isso mesmo. Os sóis tem cor de sóis mesmo, mas tem um grandão, outro menor, e estão todos em ordem de grandeza. A lua está tão perto que parece gigante e pode ser vista tanto de dia, e maravilhosamente de noite; quando ela reflete uma luz tão forte que o céu de noite nunca é negro, tem uma cor bem mais clara. 
Já faz um mês, e parece que foi apenas uma semana, tudo aqui passa tão rápido, o tempo passa diferente. Não vejo animais, apenas um ser que parece meio gato e meio lobo, é pequeno e parece um filhote. Provavelmente ele bebe sangue, pois aparece com a boca suja de sangue todo dia. Não há animais aqui, e o sangue não é meu, então não sei onde ele arranja, alias, quando vi esse animal, na primeira semana, tive medo, mas ele é pequeno e nunca me fez mal, tem um cor preta com manchas marrons e brancas, ele é feio e bonito ao mesmo tempo. É minha unica companhia, o único ser desse lugar. Não sei como esse lugar é tão lindo, eu poderia viver aqui, a solidão no começo parece que vai acabar com você, mas o animalzinho me faz uma ótima companhia. 
Nos primeiros dias eu via os rostos daqueles que eu conhecia. O rosto de Cesário, seus cabelos pretos e grisalhos e sua barba fina, com aquele sorriso de vencedor. Os olhos escuros de Vitória, seus cabelos marrons, lisos e seu olhar que faziam você se alegrar. O rosto de Filipe, seus cabelos desarrumados e um cavanhaque pequeno. Aquele desgraçado um dia foi um grande amigo. Minha mãe, seu olhar carismático, seus cabelos loiros com cachos nas pontas. David, com uma cara tão comum, mas um grande amigo. Tantas pessoas que eu conheci, acho que nunca mais verei eles. Sabe, agora, depois de todo esse tempo, parece que não ligo mais pra nada, fiquei menos de uma semana pensando, agora o tempo passa rápido, eu só apenas sobrevivo. É  tudo tão simples aqui, poderia ficar aqui para sempre. Alias, por que não? Por que não ficar aqui para sempre?
Espera... tem algo errado! Não é possível eu estar conformado assim, o que está acontecendo? Esse lugar, tem algo nele, algo que não me deixa pensar! Preciso sair daqui e rápido!
Preciso me despedir do animal, preciso sair daqui!

sábado, 4 de janeiro de 2014

O Exílio - Capitulo I

Um exílio no Infinito 


Por que lutamos? Por que corremos atrás das coisas? Por que declaramos guerra contra nossos semelhantes, e quando vemos o cadáver daquele que declaramos nossos inimigos(sim, nós declaramos a quem quisermos inimigos, pelos motivos que quisermos) nos achamos vitoriosos? Para que ter todo o poder, decidir o destino de uma nação? Isso traz o que? Prazer? Tantos por quês, e sem respostas, apenas o vazio, um espaço que falta ser preenchido, ou está cheio demais, até aqui não faço ideia. 
Continuar? Para onde? Para que continuar? Se tudo aquilo pelo que se sonha lhe é tirado, e não há mais nada pelo que lutar! E por que essa necessidade de ter algo pelo que lutar, por que não viver em paz? É tudo confuso, tudo tão grande e pequeno, tudo e nada. É um exílio no infinito.
Eu lutei, acreditei em algo, fiz o que achava ser o certo, me entreguei por uma causa, mas no final, tudo o que eu fiz, tudo pelo que eu acreditei e lutei... Não restou nada! e será que valeu a pena? Por que lutei? Por que não vivi em paz? Seria a paz um alvo impossível, ou uma esperança inatingível? Ou então o que será que é a paz? Paz.... oque essa palavra quer dizer? Será que alguém já sentiu? Como pode existir se ninguém conseguiu senti-la plenamente?
São tantas perguntas, e tanto tempo para pensar, mas nenhuma resposta. O que fazer agora? Não faço ideia, já se passaram três dias, e até agora não comi nada. Apenas um litro de água nesses três dias. Então para que continuar? Para que sobreviver? Para que lutar? Por que não morrer em paz? Paz? O que é a paz? Será que depois de morrer ela vai estar lá? Morrer? Serei fraco então? Mas por que ter medo da fraqueza? Afinal, não ninguém para observar a fraqueza, não há ninguém para ajudar, observar ou julgar! Não há ninguém! Ou será que há? Algo diz que há, sempre há alguém.
Essa dimensão vazia, não tem nada. Esse exílio maldito, até quando? Sempre? Até a morte? Acho que minha cabeça vai explodir! 
Espere.... frutas? Essas frutas são boas? Bem, o máximo que pode fazer é me matar!
São boas! Faz tempo que não comia algo tão bom!
Água? Tem um rio aqui? E é potável! Estava com muita sede. 
...
E agora? Bem, meu exílio é praticamente o infinito das dimensões, talvez exista algo, ou alguém que possa me ajudar! Continuar? Sim, existe força, então devo continuar! Pelo que lutar? Não lutar, apenas não lutar! Paz? Vamos descobrir se é real! 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Eterna - Guerra Civil - Capitulo XXXVIII

Julgamento


Miguel estava preso, em uma cela na principal prisão de Cidade Eterna, que na verdade não tinha ninguém há mais de dois mil anos, quando um ultimo eterno foi preso, e logo após ele, nenhum outro foi preso ali, a não ser Miguel, agora, um traidor. Ele foi acusado de ter se aliado a Filipe, o próprio Cesário disse que viu eles fazendo uma aliança. Os soldados que estavam com ele foram rebaixados e proibidos de assumir um cargo militar novamente, mas não foram presos como Miguel. Ele estava só numa prisão praticamente sozinha, salvo um guarda vigiando para que ninguém tentasse liberta Miguel. Era tão silencioso que dava para ouvir a respiração do guarda, e então, as palavras tristes de Miguel quebraram o silencio:
- Foi pra isso que eu lutei, foi para isso que me pediu para insistir nessa guerra? Bem, nós vencemos, ou ele venceu, mas a que preço? O que vai ser de mim? Serei preso para sempre? Morto?... Então ele levanta da cama que tinha naquela cela de no máximo 5 m² e foi até as grades da cela.
- E agora, você nem aparece, nem sequer tem a coragem de estar aqui comigo, disse que estaria, disse que poderia contar com você, mas agora, aquele maldito guarda acha que eu estou falando sozinho. Acabou, tão inesperado, mas acho que eu já devia saber, ele planejou tudo, tudo certinho, e eu fiz exatamente o que ele queria. E você nem seque aparece! 
- Hey, garoto, cale a sua boca - gritou o guarda.
- Quer vir aqui e tentar me calar? - ameaçou Miguel.
Então vieram dois soldados e levaram Miguel até o tribunal, onde ele seria julgado por crime de traição contra os Guardiões.
Chegando no tribunal, havia muitas pessoas para testemunhar contra ele, não havia um advogado para defende-lo e o juiz era o próprio Cesário. Ele apenas sentou em uma cadeira, e Cesário exclamou a sentença:
- Pelo seu crime de traição e por libertar um criminoso politico, mandando ele por um Portal, esse tribunal declara Miguel Az Orak culpado e sua sentença é ser banido de Eterna, não será mais considerado um eterno e não poderá mais ter cidadania nem nenhum direito com eterno, em resumo, Miguel não será mais um eterno e será banido para a dimensão de Sudor, para onde será enviado daqui a dois dias.
Dada a sentença, Miguel voltou a cadeia, ele não respondeu ao tribunal, não falou nada, nem quando passou pela imprensa e jornalistas, ele permaneceu em silencio porque sabia que se ele quisesse, teria aliados que o libertariam, mas seria como criar uma nova guerra, seria um fugitivo, e Eterna não precisa continuar com mais guerras, então ele apenas aceitou a sentença e ficou calado.
Ele estava de novo na cadeia, calado, apenas pensando no que iria acontecer, sua raiva diante do julgamento feito por Cesário era muito grande. Ele só queria poder ter a chace de por a mão nos pescoços de Cesário. Então, o soldado que estava vigiando Miguel foi substituído por outro, e esse outro estava usando um capacete de guerra, e estranhamente sua voz estava roca. Ele disse ao outro guarda que faria o turno da noite e o outro guarda se foi. Então ele olhou para Miguel, e começou a andar na direção de sua cela, chegou até ela e disse a Miguel com sua voz roca:
- Você é um grande homem, que fará grandes feitos, mas agora, Eterna não precisa de você, pelo menos por enquanto, mas um dia ela vai precisar de você presente, e não é um julgamento que dirá se você pode ou não ajudar, é seu dever, um guerreiro de Eterna sempre será um guerreiro de Eterna. Espero que entenda algum dia, Cesário só está fazendo o que deve ser feito, um dia você vai entender, mas enquanto não chegar o dia tome isso, espero que faça a escolha certa. - disse o soldado entregando o colar de Miguel, que possibilita a ele criar portais.
- Por que está me dando isso? - Perguntou Miguel
- Para você fazer a escolha certa, você foi banido, mas não precisa ser expulso.
- Quem é você soldado?
- Apenas um amigo, e alguém que se preocupa muito com Eterna garoto!
Então Miguel abriu um portal, foi até onde ele havia deixado as espadas de seu pai, e iria pega-las para matar Cesário, e quando ele pegou as espadas, ele lembrou de seu pai, das conversas com o Criador, lembrou de tudo, e sabia que se matasse Cesário não haveria paz, e o futuro de Eterna estaria incerto. Ele pegou as espadas, pegou o escudo que seu pai havia lhe entre, e partiu para a dimensão de Sudor, como foi sentenciado. Então assim a Grande Guerra Eterna havia acabado, aquela Guerra Civil que se arrastou por dois anos havia chegado ao fim. Cesário foi decretado o novo governador de Eterna, conhecido como O Guardião, não um rei, não um imperador, mas algo mais amigável, um governador e guardião, que prometeu proteger e restaurar a ordem em Eterna. Miguel foi considerado traidor, e foi abafado a sua fuga, para que não causasse alvoroço entre os eternos. Havia muito o que fazer em Eterna, mas o tempo de servir Eterna havia acabado para Miguel, ele estava livre, ele tinha todas as dimensões para poder ir, um infinito a sua frente. Seu exílio era apenas o primeiro passo para uma longa história. Pois, como dito, no fim, sempre haverá um recomeço.

Fim? 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Eterna - Guerra Civil - Capitulo XXXVII

O Traidor


Miguel e os sete estavam dentro da Fortaleza de Prata. Enquanto eles passavam pela tubulação até a sala onde estaria Filipe, se esforçando para não serem percebidos, um ar de medo pairava sobre eles, afinal, era o destino de Eterna, poderiam ser pegos e mortos, muita coisa estava em xeque naquele momento. Enquanto eles estavam la, Cesário comandava o ataque que começou bem no portal da Cidade Eterna, que fica virado para o Norte. Cidade Eterna é preparada pra suportar qualquer ataque externo, ela é impenetrável, porém com o Sinal Escarlate impedindo que todos os recursos sejam usados apenas os muros de puto Eternium impediam as tropas de Cesário, mas o muro era intransponível, eles deveriam de algum modo abrir os portais da cidade para entrarem. Com a decisão de atacar por terra com uma força gigantesca de um milhão de soldados, praticamente todos os soldados que Cesário tinha, Filipe ficou nervoso e mandou que todas as forças estivessem no Portal ao Norte. Antes da batalha, com seus enorme exercito Cesário parou de frente aos Guerreiros Alados, duas estatuas que ficavam a 1000 metros do portal da cidade e tinham 100 metros de altura e a forma de guerreiros em posição de defesa com seus escudos, e esses guerreiros, diferente de tudo, tinham asas, toda a asas revestida de armadura, assim como os guerreiros. A estatua era de Prata por completa, as duas imponentes, mas não eram as únicas estatuas da cidade, havia também um que ficava debaixo do mar, já que Cidade Eterna ficava na costa do Mar do Leviatã, conhecido por há muitos anos existirem realmente leviatãs naquele mar, mas agora eles só vivem no Grande Oceano. A estatua debaixo do mar tem a forma de um guerreiro alado também, mas diferente dos outros ele está abaixado, como se estivesse acabado de pousar.
Cesário então parou na frente dos dois guerreiros, contemplou a gloria da Cidade Eterna, a mais linda de todas as Cidades. Ele parou por alguns minutos, e todos em silencio apenas contemplavam a formosura da cidade, acreditando que logo não haveria mais uma cidade de pé, porém Cesário tinha outros planos, ele sabia que o muro suportaria tudo que ele pudesse mandar, menos uma coisa, suas palavras, e então os soldados prepararam tudo para que ele pudesse discursar para que os rebeldes pudessem ouvi-lo. Então ele, um eloquente orador, começou a falar:
"Irmãos e irmãs que moram em Cidade Eterna, soldados, pais, mães, filhos e filhas de Eterna, ouçam a minha voz. A guerra devastou nossa terra, destruiu nossas famílias, filhos enterraram seus pais, e pais enterraram seus filhos... A guerra não trouxe benefícios a nenhum lado, apenas trouxe morte e destruição, fome, miséria ao povo que provou ser o mais forte outrora, mas fomos forte porque estávamos unidos, estávamos juntos, um povo forte, um único povo. Hoje Eterna está dividida, em uma guerra que não terá vencedor, estamos fracos, e somos comparados a simples seres que brigam entre si. Por qual razão? Pelo poder? Por se chamar resistente ou imperialista? Nós somos maiores, a unidade Eterna é maior que isso. Vejam a gloria de Cidade Eterna, todas as outras tem marcas profundas, queremos ver então a nossa joia mais bela destruída por nossas mãos? Chega de destruição, chega de mortes e de destruição. Devemos nos unir, devemos ser de novo uma só Eterna. Eu vi os Guardiões morrerem, e vi que Filipe só nos colocou uns contra os outros, então para que continuarmos? Nós devemos fazer uma nova Eterna, mas uma Eterna unidade..."
Enquanto Cesário discursava Miguel e os soldados conseguiram descer da tubulação em uma sala que ficava ao lado da sala onde Filipe estava, então eles saíram da sala, renderam alguns soldados imobilizando, mas não usaram armas para passarem despercebidos, até chegarem na sala onde estava Filipe, ai então eles sacaram as armas e dispararam contra os soldados que estavam na sala e renderam Filipe e seus ministros. Miguel apontou a arma para Filipe, a vontade de atirar naquele instante tomou conta de Miguel, mas ele se segurou, mandou Filipe levantar-se, chegar mais perto, e então ajoelhar-se.
- Vai me matar? - perguntou Filipe
- Já matei tantos nessa guerra, por que não mataria você para que ninguém mais precisasse morre!
- Antes de me matar acho que deveria saber de algo.
- Saber do que?
- Acha mesmo Miguel que eu escolhi estar aqui? Não escolhi, eu sei quando estou derrotado, e sei que mesmo não escolhendo, era meu destino estar aqui, e isso vem de muito tempo.
- Como assim de muito tempo? - perguntou Miguel sem intender.
- Sabe quando seu pai morreu? Não foi um ataque de outros povos, seu pai ficou sabendo dos planos do meu pai para controlar Eterna, planos que seu pai ouviu sem querer, porém meu pai ficou sabendo, e sabia que teria que eliminar seu Pai. Seu Pai, Richard, então manteve segredo, e não envolveu ninguém, mas sabia que sua família estava em risco, e então saiu naquela viajem sabendo que meu pai iria atrás dele pra mata-lo, mas ele foi preparado, sabia que talvez não voltaria, por isso preparou um vírus para que quando estivesse perto de meu pai, o vírus o infectasse, e foi exatamente o que aconteceu, meu pai foi falar com o seu naquela viagem para Eterna Selvagem, ele apareceu com vários soldados e quando seu pai recusou aconteceu uma briga entre os soldados do meu e do seu pai, mas meu pai fugiu, infectado como vírus, e foi com sua nave de volta pra casa, mas não sem jogar uma bomba que matou todos os que podiam provar algo daquele encontro.
- Quer dizer que o desgraçado do seu pai matou o meu?
- E o seu pai matou o meu, deixando o legado para nós dois, sem podermos ao menos escolher nossos destinos.
- Não sei quanto a você, mas eu escolhi o meu destino, e agora, o seu está em minhas mãos, e eu não vou errar dessa vez.
- Sei que vai me matar Miguel, sei que mereço, e de certa forma, estou satisfeito com meu destino, se era isso que estava reservado para mim, então que seja, mas você, não confie suas esperanças nesses seus ideais idiotas, você com certeza vai ter que joga-los fora alguma hora.
- Filipe, você merece a morte, mas não sou o juiz aqui.
Então Miguel abriu um portal com seu colar, e disse a Filipe:
- Não sou o juiz, mas posso te dar uma chance, é entrar nesse portal, que eu não sei para onde vai, e tentar fazer seu destino, ou morrer pelas minhas mãos. A escolha é sua.
Filipe olhou para Miguel, e sorriu sarcasticamente.
- Matou tantos, e não vai me matar, seus ideais são idiotas mesmo, mas ainda quero viver, então Miguel, nos veremos brevemente - disse Filipe entrando no Portal.
Depois que Filipe entrou no Portal, praticamente ao mesmo instante, Cesário com muitos soldados entraram na sala, arrebentaram a portal, dispararam e mataram cada um dos ministros de Filipe, e logo ele ordenou que prendessem Miguel. Sem entender seus soldados tentaram impedir, mas Miguel pediu para que não impedissem. Naquele momento, os setes soldados viram Miguel sendo levado como criminoso, mas antes ele parou na frente de Cesário e disse:
- Você sabia que isso ia acontecer, você preparou tudo, como eu não vi?
- Tudo que estou fazendo é pelo bem de Eterna Miguel! 

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Eterna - Guerra Civil - Capitulo XXXVI

O Portal


Onde estou?... - disse Miguel ao acordar no hospital.
- Está no hospital Miguel, estamos aqui com você! - disse Vitória.
- Vitória? David? Por que estou aqui? - perguntava Miguel tentando lembrar do que havia ocorrido.
- Houve uma explosão na prefeitura, nenhum morto, mas você ficou em coma por dois dias! - informou David.
- Preciso sair daqui, Cesário me deve explicações! - falou Miguel tentando levantar.
- Não levante, você está machucado ainda Miguel - disse Vitória - e por que meu pai deveria explicações a você? - Perguntou Vitória.
- É meio complicado, mas por favor eu preciso sair daqui e falar com ele! - insistia Miguel.
- Não vai ser possível, Cesário está comandando um ataque maciço à Cidade Eterna! - Informou David.
- Não, não pode ser, n]ao podemos deixar isso acontecer, ele vai destruir Cidade Eterna! - disse Miguel.
- Não existe escolha Miguel, é o único jeito de vencer completamente! - disse Vitória.
- Não, deve haver outra maneira, preciso sair daqui, rápido, e ainda prometi a Kalz que ajudaria a família dele, que está lá. Vamos David me ajude. - disse Miguel.
- Como? Não tem como Miguel! - disse David.
- Deixe-me pensar... ESPERA, existe um jeito! - exclamou Miguel.
- Qual? - perguntaram Vitória e David.
- Em Cidade do Inverno, é pra lá que devemos ir! - disse Miguel.
- Você ainda está muito mal, e ainda demoraria muito pra chegar lá! - disse Vitória.
- Não, agora temos a nave 50 (modelo de nave que alcança velocidades muito acima da do som), ela pode nos levar lá muito rápido. - disse Miguel.
- Então vamos logo, não podemos esperar muito - disse David.
- David, reúna os Tigres, vamos precisar muito de todos! - disse Miguel.
Assim, eles se preparam, como guerreiros se preparam para a batalha, aquela seria a ultima, que reescreveria a história de Eterna e de Miguel. Eles iriam à Cidade do Inverno, lá Miguel tinha uma solução para que Cesário não destruísse Cidade Eterna por completa. Antes de partir, Vitória deu adeus a Miguel:
- Miguel, por favor, tome cuidado, eu vi você todo o tempo que esteve em coma, sabia que ia se recuperar, mas tenho muito medo que aconteça algo com você, sei que está com raiva do meu pai, mas ele está fazendo o que acha melhor. - disse Vitória.
- Eu também estou fazendo o que acho melhor, e pode ficar sossegada que tomarei cuidado! - disse Miguel. Ela o abraçou, olhou em seus olhos e o beijou. Ele ficou meio sem palavras e ela disse:
- Cuidado! 
Ele partiu então para a nave que levaria eles até Cidade do Inverno. Chegando lá, Miguel reviu um antigo amigo, Rafael, que estava no comando da cidade desde a partida de Miguel.
- Como senti saudades desse inverno - exclamou Miguel.
- O que traz você de volta Miguel? - disse Rafael saudando Miguel.
- Estou a procura do portal que criei.
- Ele está aqui, mas o que você quer com ele? - perguntou Rafael.
- Ele é a chave para acabarmos com essa guerra!
- Como? - indagou Rafael.
- Vamos invadir a Fortaleza de Prata, entrar dentro da boca do dragão por assim dizer. - brincou Miguel.
- Isso é loucura - disse Rafael.
- Não, isso é desespero misturado com loucura! - respondeu ele - Preparem tudo, vistam seus trajes e se preparem, quem não quiser ir não vá, quem quiser me siga!
Eles se prepararam, estavam diante do fim da guerra, a ação deles decidiria se o fim seria sangrento ou seria gloriosos. Em Cidade Eterna, Cesário estava com um exercito preparado pra invasão, eles iriam entrar e destruir quem se opusesse, ou é o que ele dizia, mas ele sabia dos portal e sabia que Miguel não deixaria ele destruir outra cidade, ele sabia que teria que pressionar Miguel para que ele usasse o portal, coisa que ele não tinha feito antes por achar muito arriscado, afinal a segurança na Fortaleza era sempre alta, porém ao saberem do ataque eles abaixariam a guarda na Fortaleza para concentrar na entrada da cidade. Cesário tinha seu plano arquitetado, sabia que Miguel faria aquilo e que seria a jogada certa, que colocaria o fim na guerra. Dentro da Fortaleza ele sabia que Miguel não exitaria em acabar com Filipe pelo bem da guerra, ele só tinha que concentrar a atenção nos portões.
O ataque havia começado, eles chegaram com grandes tanques, mas sem nenhum ataque aéreo como em Cidade do Sol, ele conseguiu a atenção, enquanto em Cidade do Inverno Miguel recebe a confirmação que o ataque começou e, mesmo sem saber dos planos de Cesário, Miguel sabia que as atenções não estariam na fortaleza e sim no ataque. O momento tinha chegado, era hora de entrar, ele regulou o portal para que ele levasse direto a tubulação, onde eles poderiam se infiltrar sem serem percebidos. Eles passaram pelo portal, Miguel e outros 7 homens, entre eles David e Rafael. Estava prestes a ser decidido o destino de Eterna.

sábado, 3 de agosto de 2013

Eterna - Guerra Civil - Capitulo XXXV

A Explosão


Tudo claro... tudo sem som... apenas vozes distantes, enquanto não se via nada além de áureas ao redor. Como um clichê de filmes, assim estava Miguel. Algo havia acontecido, algo que ele tentava lembrar.... Ah, uma explosão; alias, duas explosões, diferentes entre si, mas relacionadas. Vamos voltar um pouco no tempo, depois da jantar de rendição, depois da ultima conversa, depois disso, ainda faltavam respostas. Miguel precisava saber o que estava acontecendo, pois realmente estava muito pouco a par de toda a situação. Destruições da qual ele não sabia, acusações de coisas que ele não teve parte. Realmente algo muito grave estava ocorrendo, e tinha alguém que com certeza sabia o que era. Cesário, o 1º Guardião, líder dos Guardiões, ou o que restava deles. Cesário tinha respostas, mas repostas para quais perguntas? Bem, em um dialogo entre esses líderes da, assim conhecida durante os dias de guerra, Resistência, podemos entender quais são. 
Onde estávamos? Ah, Miguel acordou pensativo após os eventos já citados, ele precisava de respostas e foi procurar com Cesário (na verdade poderia ter dito tudo isso resumido antes, mas qual seria a graça?). Aqui está a conversa, no centro de operações de toda a Resistência, a grande Prefeitura de Cidade da Paz:
- Cesário, preciso conversar com você, em particular! - disse Miguel com um tom muito sério.
- Tudo bem - disse Cesário, entrando com Miguel na sala do prefeito e fechando a porta. - Diga, o que é tão sério? - perguntou Cesário.
- Isso que eu ouvi, sobre o ataque em aos rebeldes em Cidade do Sol e a morte de James e Pompeu (Guardiões que estavam na cidade)? - indagou Miguel.
- Infelizmente sim Miguel, nós vencemos lá graças a nossa tecnologia toda a disposição, mas perdemos nossos amigos.
- Como assim? Primeiro, como não fiquei sabendo disso, e por que não me envolveram no projeto de neutralização do Sinal de Escarlate? E depois, como pode usar os nosso recursos de maneira tão irresponsável? - disse Miguel em tom alto.
- Abaixe esse tom garoto, você está no comando dos Tigres, tem que focar na sua função... dizia Cesário até Miguel interromper. 
- Eu sou um Guardião Cesário, como você, como James e Pompeu eram, não pode simplesmente me colocar em um lugar e definir que tenho ficar só ali, você não está no comando dos Guardiões! - interrompeu Miguel.
- Não é este o fato, nós agimos em conjunto, é assim que os Guardiões agem, agora estamos em uma guerra, nada é tão simples, e como sou experiente eu estou sim no comando Miguel, e você não deve questionar minha autoridade e nem meu poder garoto! - disse Cesário em tom de ira.
- Poder? Como assim? Você não é maior que os Guardiões, não deveria ter destruído metade de Cidade do Sol e matado milhares de eternos, inclusive resistentes e nem tomado nenhuma decisão sem a aprovação de todos, e você sabe que eu nunca aprovaria uma carnificina dessas! - continuava em tom alto Miguel.
- Garoto, não diga que tomei decisões fáceis sem ligar, foi muito difícil pra eu dar a ordem, principalmente depois de saber que os dois Guardiões morreram pelas nossa falta de cuidado. Não foi fácil como você diz! - se defendeu Cesário.
- Não importa o quão necessário era essa investida, não deveria ter feito e principalmente me deixado sem saber de nada. - diminuiu o tom Miguel.
- Você é especialista em fazer as coisas sem a aprovação Miguel, ou já esqueceu que deu a cura da Peste do Gesso aos rebeldes sem autorização, ou se esqueceu de que teve Filipe em sua mira em Cidade do Inverno e não o matou. - provocou Cesário.
- Como sabe disso? - perguntou Miguel.
- Um dos antigos Tigres me contou, ele foi muito útil me dando informações suas, informações que podem te deixar muito mal perante os Resistentes! - Cesário continuou a provocar.
- Não adiantaria matar Filipe no momento, e eu sei que não tenho nada a esconder, pode me ameaçar a vontade! Fique ciente também de que os Tigres e nem eu obedecem as suas ordens Cesário e Abe (Guardião que estava em Cidade do Ouro) ficará sabendo do que você tem feito! 
- Abe também está morto Miguel, já faz muito tempo, ele pegou a peste do gesso quando veio até aqui, e morreu em Cidade do Ouro, sem tempo para que levássemos a cura até ele! - disse Cesário.
- Como? Todos os Guardiões estão mortos? Não pode ser, o que é isso Cesário?... Quem será o próximo? Eu?.... espere, eu? Você Cesário, você está...
Nesse momento o clarão começou, uma explosão, depois da explosão de raiva de Miguel com o que estava ocorrendo, mas essa explosão foi real. Um ataque, um ato desesperado dos rebeldes? Uma tentativa de assassinato? A versão oficial é que os rebeldes tentaram um ultimo ataque desesperado, mas quem acredita na versão oficial? 
Miguel ficou ferido, mas como é um eterno ele ficaria bom logo, Cesário teve leve ferimentos, estranhamente, e ninguém na prefeitura morreu. Apenas um clarão, vozes longes e uma áurea, era Vitória, que levou Miguel ao hospital de guerra. Ficou ao seu lado todo momento enquanto Miguel esteve em coma, dois dias seguidos. Ele se recuperou, mas ainda tinha uma ultima missão. E assim, o fim da guerra já estava com os dias contados. Pouco mais de um ou dois depois que Miguel acordou. Mas chega de Spoilers.

domingo, 21 de julho de 2013

Eterna - Guerra Civil - Capitulo XXXIV

Uma Ultima Conversa


Diário de Guerra:
Eu, Miguel Az-Orok, registro hoje uma ultima conversa, desde a primeira que me fez chegar até onde estou, prestes a vencer uma guerra que parecia perdida, onde saímos vitoriosos onde ninguém achou que poderíamos, tudo porque fui convencido; convencido por alguém misterioso para mim, que hoje considero normal quando penso Nele, mas fazia um bom tempo que não conversávamos. Essa conversa foi nos dias finais da guerra, a rendição dos rebeldes em Cidade da Paz acabava de acontecer, houve uma comemoração e após isso fui aos meu aposentos, lá fiquei pensando, vendo vídeos sobre a Eterna Selvagem, vídeos sobre Cidade do Ouro e das demais cidades depois do começo da guerra. Terminado os vídeos sentei em minha cama, estava alegre e um pouco perdido, havia coisas me incomodando, alguém com quem eu não falava a um tempo, que precisa agradecer. Fechei os olhos e ele entrou no quarto, vestido com uma capa branca, por dentro da capa uma armadura de ouro, ou talvez algum metal que reluzia, um capuz do qual saia um luz que impedia de ver o rosto,  então eu disse:
- Acho que você não consegue me surpreender como fazia antes! - disse eu.
-  Acha mesmo que não consigo? - Ele respondeu.
- Não, sei que consegue! Mas diga, o que tem para hoje! - perguntei eu esperando algo.
- Nada, apenas estou aqui para dizer que a guerra está acabada, você conseguiu cumprir o que Eu lhe pedi! Ainda falta um pouco de tempo, falta os atos finais, mas essa guerra civil está acabada! - Ele disse.
- É, essa parte eu já sabia! - brinquei eu.
- O que importa é que aquilo que precisa acontecer aconteceu, sabe, todas as guerras são fúteis, meras lutas por poder, glória, coisas desnecessárias! Mas essa teve algo que no final se mostrou mais forte, o que realmente venceu não foi m lado da guerra, mas a Paz, a união entre os eternos e a certeza de um futuro melhor! Eterna não se esqueceu daquilo pela qual lutava, Paz entre os mundos. Você Miguel lutou e trouxe aos eternos de volta o sentimento de que a recompensa deles não é glória nem poder e sim terem a paz, que tantos lutaram para proteger, seu Pai lutou, você lutou! Pena que os guerreiros acabam não lutando por si, mas pelos outros! Guerreiros dão Paz e em troca recebem guerra!
- Toda essa guerra foi por isso não é? Para que Eterna pudesse lembrar o que realmente é, Guardiã da Paz! - perguntei eu.
- A guerra não foi por isso, ela é um resultado da vaidade que veio sobre os líderes eternos através de gerações, que culminou na guerra e agora, depois da guerra podemos dizer que o preço pela vaidade foi caro, mas os eternos nunca se esqueceram disso, isso difere os eternos dos outros, a paz entre seu próprio povo, o que faz com que a paz se estenda aos outros!
- Então acabou? - eu perguntei.
- Nunca acaba, a guerra findou, por isso talvez você não precise mais de mim aqui! Eu ganhei um amigo nessa guerra, mas acho que não vai precisar mais de mim aqui, mas pode sempre me encontrar, talvez não assim, mas saberá que Eu estarei lá! - disse Ele.
- Eu sempre vou precisar de você, sempre! Preciso dos seus conselhos, preciso de você para me mostrar a direção! - clamava eu.
- Sei que sim, mas a guerra acabou Miguel! Você sempre poderá falar comigo, Eu estou em  toda parte não lembra? Mas da maneira como temos conversado talvez não seja mais necessário! - disse Ele indo embora.
No fundo sabíamos que eu precisaria Dele, mas talvez eu não precisasse mais o ver assim, apenas o sentir! Não o vi mais até o final da guerra, mas sabia que Ele estava sempre perto, afinal, Ele está em todos os lugares.