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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Eterna - Guerra Civil - Parte XXV

Fantasmas no Gelo


A Cidade do Inverno era agora dos chamados Resistentes, que tinham travado uma grande batalha para consegui-la de volta. Rafael e alguns soldados ficaram na cidade, para protege-la, mas era muito pouco provável que ela seria atacada de novo, afinal ela nem valia tanto para a guerra; enquanto isso Miguel e David foram embora para Cidade da Paz, onde se encontrariam com Cesário  mas eles teriam que atravessar a região gelada de Eterna com as tropas, todas com carros de guerra, mas mesmo assim era um desafio atravessar a região polar.
Os homens iam nos caminhões de guerra, todos juntos ainda contando quem havia sobrevivido, o frio e o silencio tomava conta do lugar, só algumas vozes de reclamações e lamentos se ouviam. No carro da frente iam os comandantes, Miguel e David, além de Vitória, mas até ali havia um grande silencio. O que eles haviam passado ali em Inverno foi uma experiencia que deixou muitas marcas, muitos que foram não voltaram e os que voltaram estavam tristes e cabisbaixos, porque mesmo que tenham retomado a cidade eles pagaram um preço muito alto para isso!
No silencio eles ouviram um choro, um choro de uma criança. A neve fazia tudo ficar branco e só se via branco, mas logo além do que se podia ver eles viram sombras e vultos, alguns chegaram a lembrar que o lugar podia ter fantasmas, as almas daqueles que morrem no gelo se perde pelas florestas e pela branquidão do gelo, pelo menos era assim que pensavam os antigos eternos que habitavam ali, e por mais que eles fossem um povo cheios de tecnologia ainda sabiam que existia coisas inexplicáveis, porém essa tinha uma explicação, eram soldados rebeldes de Filipe abandonados no gelo, eles não tinham como voltar quando fugiram de Cidade do Inverno e acabaram ficando presos no gelo. Havia ali homens de varias idades e mulheres também, vários cidadãos que apoiaram os rebeldes em Inverno, e muitos estavam congelados e mortos, mas haviam sobreviventes e então Miguel pediu que vasculhassem e encontrassem todos os sobreviventes, porém um dos soldados indagou:
- Por que ajuda-los? São rebeldes e merecem esse fim! - disse um soldado.
- Eu acho que deveríamos deixa-los congelar! - disse outro soldado.
- Deixa-los aqui? Vocês acham que isso seria certo? Que pelo menos isso seria algo bom? Não importa o quanto essa guerra nos afastou, eles ainda são nossos irmãos e merecem nossas mão estendida! Se vocês não concordam com isso acho que não são melhores que eles! - Respondeu Miguel aos soldados.
- Eu acho que se ajudarmos eles não conseguiremos retornar, não vai dar pra levar esse pessoal todo, é muita gente Miguel, temos que deixa-los, pelo menos alguns! - Disse Rochark um dos comandantes de Miguel com a voz baixa para apenas Miguel e os comandantes ouvirem .
- Não Miguel, não podemos deixa-los, o que estaríamos nos tornando se deixássemos eles aí morrendo? Não podemos deixar eles aqui! - Disse David para Miguel em resposta a Rochark.
- Você está certo Rochark e você também David, é uma decisão difícil mas devemos optar pelo que parece mais certo, ajuda-los! Não vou deixa-los aqui morrendo, vamos leva-los, tem um posto de armamento dos Guardiões não muito longe onde poderemos nos abastecer! Está decidido! - Respondeu Miguel aos dois.
Logo Vitória chegou com um bebê no colo, ele estava com frio e com fome, mas ainda vivo e isso era um grande milagre.
- Olhem! Se não tivéssemos parado talvez essa criança tivesse morrido! - Disse Vitória a Miguel.
- É apenas um bebê, ele não tem culpa do que acontece aqui, ainda bem que paramos, tem muitos ainda? - Perguntou Miguel,
- Tem bastante gente, mas muitos morreram de frio ou fome! - Disse Vitória enquanto via os soldados resistentes ajudando os rebeldes, uma visão que inspirava todos e dava esperança.
Eles conseguiram alcançar o posto de abastecimento e depois chegaram depois de um dia de viagem a Cidade do Ouro, onde os ferido ficaram e Miguel, David e Vitória juntos com vários soldados para Cidade da Paz onde ajudariam Cesário a enfrentar os rebeldes.

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