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domingo, 21 de julho de 2013

Eterna - Guerra Civil - Capitulo XXXIV

Uma Ultima Conversa


Diário de Guerra:
Eu, Miguel Az-Orok, registro hoje uma ultima conversa, desde a primeira que me fez chegar até onde estou, prestes a vencer uma guerra que parecia perdida, onde saímos vitoriosos onde ninguém achou que poderíamos, tudo porque fui convencido; convencido por alguém misterioso para mim, que hoje considero normal quando penso Nele, mas fazia um bom tempo que não conversávamos. Essa conversa foi nos dias finais da guerra, a rendição dos rebeldes em Cidade da Paz acabava de acontecer, houve uma comemoração e após isso fui aos meu aposentos, lá fiquei pensando, vendo vídeos sobre a Eterna Selvagem, vídeos sobre Cidade do Ouro e das demais cidades depois do começo da guerra. Terminado os vídeos sentei em minha cama, estava alegre e um pouco perdido, havia coisas me incomodando, alguém com quem eu não falava a um tempo, que precisa agradecer. Fechei os olhos e ele entrou no quarto, vestido com uma capa branca, por dentro da capa uma armadura de ouro, ou talvez algum metal que reluzia, um capuz do qual saia um luz que impedia de ver o rosto,  então eu disse:
- Acho que você não consegue me surpreender como fazia antes! - disse eu.
-  Acha mesmo que não consigo? - Ele respondeu.
- Não, sei que consegue! Mas diga, o que tem para hoje! - perguntei eu esperando algo.
- Nada, apenas estou aqui para dizer que a guerra está acabada, você conseguiu cumprir o que Eu lhe pedi! Ainda falta um pouco de tempo, falta os atos finais, mas essa guerra civil está acabada! - Ele disse.
- É, essa parte eu já sabia! - brinquei eu.
- O que importa é que aquilo que precisa acontecer aconteceu, sabe, todas as guerras são fúteis, meras lutas por poder, glória, coisas desnecessárias! Mas essa teve algo que no final se mostrou mais forte, o que realmente venceu não foi m lado da guerra, mas a Paz, a união entre os eternos e a certeza de um futuro melhor! Eterna não se esqueceu daquilo pela qual lutava, Paz entre os mundos. Você Miguel lutou e trouxe aos eternos de volta o sentimento de que a recompensa deles não é glória nem poder e sim terem a paz, que tantos lutaram para proteger, seu Pai lutou, você lutou! Pena que os guerreiros acabam não lutando por si, mas pelos outros! Guerreiros dão Paz e em troca recebem guerra!
- Toda essa guerra foi por isso não é? Para que Eterna pudesse lembrar o que realmente é, Guardiã da Paz! - perguntei eu.
- A guerra não foi por isso, ela é um resultado da vaidade que veio sobre os líderes eternos através de gerações, que culminou na guerra e agora, depois da guerra podemos dizer que o preço pela vaidade foi caro, mas os eternos nunca se esqueceram disso, isso difere os eternos dos outros, a paz entre seu próprio povo, o que faz com que a paz se estenda aos outros!
- Então acabou? - eu perguntei.
- Nunca acaba, a guerra findou, por isso talvez você não precise mais de mim aqui! Eu ganhei um amigo nessa guerra, mas acho que não vai precisar mais de mim aqui, mas pode sempre me encontrar, talvez não assim, mas saberá que Eu estarei lá! - disse Ele.
- Eu sempre vou precisar de você, sempre! Preciso dos seus conselhos, preciso de você para me mostrar a direção! - clamava eu.
- Sei que sim, mas a guerra acabou Miguel! Você sempre poderá falar comigo, Eu estou em  toda parte não lembra? Mas da maneira como temos conversado talvez não seja mais necessário! - disse Ele indo embora.
No fundo sabíamos que eu precisaria Dele, mas talvez eu não precisasse mais o ver assim, apenas o sentir! Não o vi mais até o final da guerra, mas sabia que Ele estava sempre perto, afinal, Ele está em todos os lugares.

sábado, 13 de julho de 2013

Eterna - Guerra Civil - Capitulo XXXIII

Inimigo e Amigos


Miguel estava em Cidade da Paz, a missão foi bem sucedida, eles tinham o que faltava para vencer a guerra, o segredo que permitiria que toda a tecnologia (que não era pouca) que eles tinham fosse usada contra os rebeldes. Miguel entregou pessoalmente a Cesário a espada, feliz em poder ter a chave que decidiria a guerra:
- Aqui está, a Espada Eterna! - disse Miguel a Cesário.
- Ótimo, não sei como posso recompensar vocês! - disse eufórico Cesário.
- Bem, perdemos dois grandes soldados, poderia começando a mandar condescendências a família deles e fazer algo para homenageá-los!
- Infelizmente não será possível! 
- Como assim? - estranhou Miguel.
- Essa missão foi secreta, todos os homens que morreram serão dados como mortos em combate e sem corpos achados, não terão homenagens especiais, é o preço pela missão ser secreta! 
- Então eles morreram para termos a espada e nem serão homenageados? - questionou Miguel.
- Não posso fazer nada Miguel, eles sabiam disso quando assumiram a missão! Agora me de a espada!
Miguel entregou a espada, Cesário tirou-a da bainha e entregou a espada a Miguel.
- Não vai ficar com a espada? - estranhou novamente Miguel.
- Não preciso, tudo que preciso é da bainha, nela está o segredo para desativar o Sinal de Escarlate! 
- Então eu ficarei com a espada! - disse Miguel analisando a espada. 
Miguel entregou a David e pediu para que ele mandasse a espada de presente ao pai dos Tigres mortos. Miguel também estranhou o fato de Cesário não chama-lo para estudar o segredo da bainha, mas ficou quieto, logo saberia o resultado, e o resultado não decepcionou. 
Cesário logo começou a usar toda sua tecnologia, mandou tanques e aviões de ataque para Cidade do Sol, eles mataram e dizimaram os rebeldes, destruindo metade da cidade. A destruição foi tanta que atingiu até os soldados resistentes, matando vários deles e também matando os dois Guardiões que estavam lá, James e Pompeu. Diante disso o comandante rebelde de Cidade da Paz foi ao encontro de Cesário e Miguel, e para a surpresa de todos, o comandante era Kalz, que assumiu após a morte do antigo comandante, com quem Miguel tinha trocado a vacina da peste do gesso pela possibilidade de uma conversa com Filipe. Kalz estava para se render, fazendo assim com que a guerra em Cidade da Paz acabasse:
- Está feito, estamos nos rendendo - disse Kalz depois de assinar a rendição.
- Então era você, não consigo acreditar - disse Miguel.
- Espero que entenda, não estou me rendendo pelas armas suas, apenas uma arma sua, suas palavras Miguel, você me fez ver que eu estava lutando pelo que não acreditava, então meu amigo, estou aqui também para agradecer! - disse Kalz.
- Obrigado Kalz, se conseguimos vencer  aqui pelo poder de palavras, imagino que possamos vencer em Cidade do Sol e Cidade Eterna! - disse Miguel não sabendo da destruição em Cidade do Sol.
- Acho que em Cidade do Sol o trabalho foi cumprido, só não destruam Cidade Eterna por completo! - brincou Kalz.
Eles jantaram em comemoração e depois do jantar Miguel foi conversar com Kalz:
- Ainda não acredito que você estava no comando, faz quanto tempo? - perguntou Miguel.
- Um mês, não foi feito alarde, tudo fio muito rápido, e depois de duas semanas eu estava enlouquecendo com o comando, então fui para a floresta, com a intenção ou de achar a espada ou me perder por lá... A segunda opção parecia melhor, mas a primeira veio em boa hora! - respondeu Kalz brincando. - Agora sou um traidor, e preciso pagar por isso! - continuou Kalz.
- Como assim "pagar por isso"? - estranhou Miguel.
- Minha família está em Cidade Eterna, quando Filipe ficar sabendo da rendição vai querer se vingar, eu não me arrependo do que fiz, mas devo voltar para Cidade Eterna, talvez possa me entregar em troca da liberdade pra minha família!
- Espera Kalz, podemos tira-los de lá sem você ter que se entregar, os Tigres podem fazer isso!
- Entrar em Cidade Eterna? Sem serem percebidos e arrancarem uma mulher e duas crianças? - ironizou Kalz.
- Já saímos e entramos da sala de operações rebelde aqui em Cidade da Paz tantas vezes e ninguém percebeu! - disse Miguel.
- Não, dessa vez é melhor eu fazer isso!
- Não precisa Kalz. - insistia Miguel.
- Miguel, essa é minha decisão, não quero ser lembrado como o traidor! Vou me entregar, tire minha família de lá se eles não libertarem ela!
- Kalz, não posso deixar você fazer isso! - disse Miguel segurando o braço de Kalz.
Kalz colocou as mãos nos ombros de Miguel e disse:
- Eu decidi, se um dia meus filhos estiverem estudando a história, não quero que leiam que seu pai foi um traidor, e quero que eles saibam que fiz tudo pelo bem deles!
Miguel parou, olhou e disse para Kalz antes dele ir embora:
- Uma vez alguém disse: "O lado vencedor sempre será o lado bom, e o lado perdedor o lado mau" - Sabe, você escolheu o lado vencedor, não será lembrado como traidor e sim como alguém que escolheu o lado certo, você deu a espada a mim, você nos deu a vitória!
- Sim, já cumpri minha obrigação, só falta mais uma coisa! - disse ele em tom baixo - Ao menos salvei vários homens de vocês! - brincou Kalz.
- Como assim? - perguntou Miguel
- Bem, os homens de Cidade do Sol não tiveram uma boa sorte!
- O que aconteceu? - insistia Miguel sem entender.
- O ataque á Cidade do Sol? A morte de James e Pompeu? Não sabe dessas coisas?
- Não, eu nem sabia que os ataques começaram! Cesário não me avisou!
- Então Miguel, sugiro que converse com Cesário, porque o ataque terminou, e a guerra está quase no fim! Cesário vai ter que te explicar muita coisa! - disse Kalz indo embora, se entregar. Como tinha dito Kalz se entregou, eles não libertaram a família dele, então Miguel começou a planejar uma maneira de tirá-los de lá, porém Kalz não teve sorte, foi executado na praça central de Cidade Eterna, foi morto por fuzilamento. Por mais que sua mulher ficou viúva e seus filhos órfãos de pai, Kalz se tornou um herói por ter entregue a chave da vitória a Miguel, mas ninguém soube além de Miguel, os Tigres e a família de Kalz, a missão foi secreta, ninguém soube como o segredo foi conseguido, então Kalz só ficou conhecido por ter se rendido e poupado muitas vidas de uma morte certa nas mãos dos resistentes, não era o que Kalz esperava, nem o que merecia, mas seus filhos puderam crescer sabendo que seu pai havia feito algo de importante, algo que ele escolheu, e fez aquilo que sabia que era certo! 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Eterna - Guerra Civil - Capitulo XXXII

Espada Eterna - Parte 5


Era noite, ou ao menos estava escuro em um local dentro do solo de uma floresta perto de Cidade da Paz, o chão em volta de um caminho de pedras era de uma cor vermelha, por causa da lava que ficava em baixo de uma fina camada de areia. Dois eternos sentados, cada um de um lado em uma guerra que consumia a cada dia Eterna e seus moradores. Não dormiam, não confiavam no outro o suficiente para isso, então deitavam, mas sempre alertas ao menor movimento do outro. Como eles não iriam dormir Miguel começou puxar conversa:
- Então Kalz, por que defende a bandeira rebelde? - perguntou Miguel.
- Bandeira Rebelde? Sério? - ironizou Kalz.
- Como chamam?
- Novo Império! Seria o termo mais correto!
- Então Filipe é agora Imperador? Hilário! - disse Miguel.
- Você, por que defende seu lado? - agora Kalz perguntou.
- Não tenho um único motivo, sei que os Guardiões serviram mas não são a mesma coisa, não luto por uma forma de governo, nem poder, luto pelo que acredito, e que vocês rebeldes querem nos fazer esquecer!
- O que seria? - perguntou Karlz.
- Acredito que Eterna não é um Império conquistador, somos algo além, Guardiões, não só da Terra, mas da liberdade e sempre fomos esperança para as outras dimensões, protetores, e agora seus lideres querem que nós acreditemos que somos um Império poderoso e vamos dominar dimensões, sermos adorados pelos outros povos... isso não posso admitir e não vou! Isso é o que eu acredito, poderiam ser palavras melhores se eu tivesse tempo para escrever, mas não tive! - brincou Miguel.
- Parece que nós estamos tão errados assim em querer sermos grandes? 
- Não é esse o erro, é a maneira que querem ser grandes. Sempre quis ser grande também, ser lembrado, e agora posso ser como um dos últimos Guardiões, mas não queria que fosse assim, não precisava ser! Mas e você? Não me respondeu! Por que escolheu esse lado?
- Não escolhi, quando me vi estava já nele, era um comandante e se não seguisse as ordens dos meus superiores minha família sofreria! Até agora não tive tempo pra pensar pelo que estou lutando!
- Eu tive, alias, isso me consome sempre, pensar demais, pensar em tudo que está acontecendo, no que acontecerá, no que poderia ter acontecido, tudo isso me consome e eu não consigo para de pensar, por isso as vezes só penso em sair e pegar uma arma e ir ao combate, assim não preciso pensar tanto! - confessou Miguel.
- Por que então pensar? - questionou Kalz.
- Por que? Não sei, pensar é bom, mas se não tomar cuidado pode se perder em seus pensamentos! Mas dane-se, estou de saco cheio dessa conversa, cansado de pensar em lados, lutas e nessa maldita guerra. Vamos continuar andando!
- Mas está escuro, meio escuro; melhor continuarmos quando ficar mais claro!
- Não sei se vai ficar, e seja franco, ninguém aqui vai dormir, você pode me matar, eu posso te matar, então é melhor continuarmos! - disse Miguel.
Eles continuaram andando, era um caminho curto, talvez um ou dois quilômetros:
- Tem filhos Kalz? - perguntou Miguel.
- Sim, dois homens, um de cinco e outro de três anos! Samu e Kalz.
- Deu seu nome ao seu filho? - perguntou Miguel.
- Sim, foi decisão de minha mulher! Mas e você, você não é casado ou é? - perguntou Kalz.
-  Não, nem tenho pensado nisso!
- Continue solteiro, é melhor! - Brincou Kalz.
- Como vai os rebeldes, ou sei lá o nome que vocês querem ser chamado?
- Bem, na verdade somos os imperialistas, um termo melhor, e estamos bem, temos mais soldados!
- Nada disso vai importar quando tivermos a Espada, vocês não conseguirão deter  o que temos! - disse Miguel.
- Você fala como se já tivesse a espada!
-É pra isso que estamos aqui.
- Estamos? - questionou Kalz.
Miguel ficou em silêncio, apenas sorriu. Eles chegaram a um templo, no fim daquele caminho de pedras começava a escada do templo, parecia uma piramide com uma escada e um portal. Eles entraram, e ali estava, a Espada, em um altar. Miguel se aproximou, pegou a espada, tirou-a da bainha, viu a beleza da espada e o templo começou a desmoronar:
- Que clichê, vai corre - brincou Miguel gritando pra Kalz.
Ele entregou a espada na mão de Kalz, que correu, enquanto isso varias daquelas feras (Velociraptores) começaram a correr de uma planície que ficava atras do templo. O chão começou a abrir, os dois correram e Miguel acabou caindo em uma fenda. Ele se agarrou na ponta, mas precisava de ajuda. Kalz olhou, sabia que não precisava mais dele, e que se deixasse ele poderia ficar com a espada, mas mesmo assim ele ajudou Miguel e o tirou de lá. Os Tigres que estavam presos ha horas em uma sala conseguiram se libertar com as rachaduras na parede, e uma rachadura fez o teto desmoronar naquela estufa onde estava Miguel e Kalz, assim eles aproveitaram e conseguiram subir em cima das rochas que caíram, usando-as como escada para alcançar o teto.
No final eles conseguiram sair de lá, encontraram os Tigres nas margens do rio, logo em seguida os rebeldes que estavam juntos com Kalz. A espada estava nas mãos de Kalz, e os Tigres começaram a apontar as armas para os rebeldes, logo Miguel e Kalz pediram para seus homens abaixarem as armas, e Kalz olhou Miguel e lhe entregou a espada:
- Espero que realmente seu lado seja o melhor!
- Não posso garantir que ele é, mas posso garantir que vou fazer o máximo amigo!
Logo cada um voltou daquela floresta, de onde ninguém tinha voltado. Aquela missão mudou o rumo da guerra, agora a balanço começou a pender para o lado dos resistentes.