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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Eterna - Guerra Civil - Capitulo XXXII

Espada Eterna - Parte 5


Era noite, ou ao menos estava escuro em um local dentro do solo de uma floresta perto de Cidade da Paz, o chão em volta de um caminho de pedras era de uma cor vermelha, por causa da lava que ficava em baixo de uma fina camada de areia. Dois eternos sentados, cada um de um lado em uma guerra que consumia a cada dia Eterna e seus moradores. Não dormiam, não confiavam no outro o suficiente para isso, então deitavam, mas sempre alertas ao menor movimento do outro. Como eles não iriam dormir Miguel começou puxar conversa:
- Então Kalz, por que defende a bandeira rebelde? - perguntou Miguel.
- Bandeira Rebelde? Sério? - ironizou Kalz.
- Como chamam?
- Novo Império! Seria o termo mais correto!
- Então Filipe é agora Imperador? Hilário! - disse Miguel.
- Você, por que defende seu lado? - agora Kalz perguntou.
- Não tenho um único motivo, sei que os Guardiões serviram mas não são a mesma coisa, não luto por uma forma de governo, nem poder, luto pelo que acredito, e que vocês rebeldes querem nos fazer esquecer!
- O que seria? - perguntou Karlz.
- Acredito que Eterna não é um Império conquistador, somos algo além, Guardiões, não só da Terra, mas da liberdade e sempre fomos esperança para as outras dimensões, protetores, e agora seus lideres querem que nós acreditemos que somos um Império poderoso e vamos dominar dimensões, sermos adorados pelos outros povos... isso não posso admitir e não vou! Isso é o que eu acredito, poderiam ser palavras melhores se eu tivesse tempo para escrever, mas não tive! - brincou Miguel.
- Parece que nós estamos tão errados assim em querer sermos grandes? 
- Não é esse o erro, é a maneira que querem ser grandes. Sempre quis ser grande também, ser lembrado, e agora posso ser como um dos últimos Guardiões, mas não queria que fosse assim, não precisava ser! Mas e você? Não me respondeu! Por que escolheu esse lado?
- Não escolhi, quando me vi estava já nele, era um comandante e se não seguisse as ordens dos meus superiores minha família sofreria! Até agora não tive tempo pra pensar pelo que estou lutando!
- Eu tive, alias, isso me consome sempre, pensar demais, pensar em tudo que está acontecendo, no que acontecerá, no que poderia ter acontecido, tudo isso me consome e eu não consigo para de pensar, por isso as vezes só penso em sair e pegar uma arma e ir ao combate, assim não preciso pensar tanto! - confessou Miguel.
- Por que então pensar? - questionou Kalz.
- Por que? Não sei, pensar é bom, mas se não tomar cuidado pode se perder em seus pensamentos! Mas dane-se, estou de saco cheio dessa conversa, cansado de pensar em lados, lutas e nessa maldita guerra. Vamos continuar andando!
- Mas está escuro, meio escuro; melhor continuarmos quando ficar mais claro!
- Não sei se vai ficar, e seja franco, ninguém aqui vai dormir, você pode me matar, eu posso te matar, então é melhor continuarmos! - disse Miguel.
Eles continuaram andando, era um caminho curto, talvez um ou dois quilômetros:
- Tem filhos Kalz? - perguntou Miguel.
- Sim, dois homens, um de cinco e outro de três anos! Samu e Kalz.
- Deu seu nome ao seu filho? - perguntou Miguel.
- Sim, foi decisão de minha mulher! Mas e você, você não é casado ou é? - perguntou Kalz.
-  Não, nem tenho pensado nisso!
- Continue solteiro, é melhor! - Brincou Kalz.
- Como vai os rebeldes, ou sei lá o nome que vocês querem ser chamado?
- Bem, na verdade somos os imperialistas, um termo melhor, e estamos bem, temos mais soldados!
- Nada disso vai importar quando tivermos a Espada, vocês não conseguirão deter  o que temos! - disse Miguel.
- Você fala como se já tivesse a espada!
-É pra isso que estamos aqui.
- Estamos? - questionou Kalz.
Miguel ficou em silêncio, apenas sorriu. Eles chegaram a um templo, no fim daquele caminho de pedras começava a escada do templo, parecia uma piramide com uma escada e um portal. Eles entraram, e ali estava, a Espada, em um altar. Miguel se aproximou, pegou a espada, tirou-a da bainha, viu a beleza da espada e o templo começou a desmoronar:
- Que clichê, vai corre - brincou Miguel gritando pra Kalz.
Ele entregou a espada na mão de Kalz, que correu, enquanto isso varias daquelas feras (Velociraptores) começaram a correr de uma planície que ficava atras do templo. O chão começou a abrir, os dois correram e Miguel acabou caindo em uma fenda. Ele se agarrou na ponta, mas precisava de ajuda. Kalz olhou, sabia que não precisava mais dele, e que se deixasse ele poderia ficar com a espada, mas mesmo assim ele ajudou Miguel e o tirou de lá. Os Tigres que estavam presos ha horas em uma sala conseguiram se libertar com as rachaduras na parede, e uma rachadura fez o teto desmoronar naquela estufa onde estava Miguel e Kalz, assim eles aproveitaram e conseguiram subir em cima das rochas que caíram, usando-as como escada para alcançar o teto.
No final eles conseguiram sair de lá, encontraram os Tigres nas margens do rio, logo em seguida os rebeldes que estavam juntos com Kalz. A espada estava nas mãos de Kalz, e os Tigres começaram a apontar as armas para os rebeldes, logo Miguel e Kalz pediram para seus homens abaixarem as armas, e Kalz olhou Miguel e lhe entregou a espada:
- Espero que realmente seu lado seja o melhor!
- Não posso garantir que ele é, mas posso garantir que vou fazer o máximo amigo!
Logo cada um voltou daquela floresta, de onde ninguém tinha voltado. Aquela missão mudou o rumo da guerra, agora a balanço começou a pender para o lado dos resistentes.

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