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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O Exílio - Capitulo II

Do Exílio para o Infinito


Já estou aqui faz um mês! Como eu sei? Meu bracelete marca a data, é o único meio de marcar o tempo que eu tenho, ainda bem que ele funciona com energia solar, e aqui tem uns quatro sóis, pelo que eu contei. As cores aqui são engraçadas, arvores são laranjas nas folhas, e rosada no caule, algumas mudam o tom, a grama em alguns lugares é azul, outros é amarelada, tem varias cores. O céu de dia muda de roxo, lilás, um amarelo alaranjado, acho que é meio isso mesmo. Os sóis tem cor de sóis mesmo, mas tem um grandão, outro menor, e estão todos em ordem de grandeza. A lua está tão perto que parece gigante e pode ser vista tanto de dia, e maravilhosamente de noite; quando ela reflete uma luz tão forte que o céu de noite nunca é negro, tem uma cor bem mais clara. 
Já faz um mês, e parece que foi apenas uma semana, tudo aqui passa tão rápido, o tempo passa diferente. Não vejo animais, apenas um ser que parece meio gato e meio lobo, é pequeno e parece um filhote. Provavelmente ele bebe sangue, pois aparece com a boca suja de sangue todo dia. Não há animais aqui, e o sangue não é meu, então não sei onde ele arranja, alias, quando vi esse animal, na primeira semana, tive medo, mas ele é pequeno e nunca me fez mal, tem um cor preta com manchas marrons e brancas, ele é feio e bonito ao mesmo tempo. É minha unica companhia, o único ser desse lugar. Não sei como esse lugar é tão lindo, eu poderia viver aqui, a solidão no começo parece que vai acabar com você, mas o animalzinho me faz uma ótima companhia. 
Nos primeiros dias eu via os rostos daqueles que eu conhecia. O rosto de Cesário, seus cabelos pretos e grisalhos e sua barba fina, com aquele sorriso de vencedor. Os olhos escuros de Vitória, seus cabelos marrons, lisos e seu olhar que faziam você se alegrar. O rosto de Filipe, seus cabelos desarrumados e um cavanhaque pequeno. Aquele desgraçado um dia foi um grande amigo. Minha mãe, seu olhar carismático, seus cabelos loiros com cachos nas pontas. David, com uma cara tão comum, mas um grande amigo. Tantas pessoas que eu conheci, acho que nunca mais verei eles. Sabe, agora, depois de todo esse tempo, parece que não ligo mais pra nada, fiquei menos de uma semana pensando, agora o tempo passa rápido, eu só apenas sobrevivo. É  tudo tão simples aqui, poderia ficar aqui para sempre. Alias, por que não? Por que não ficar aqui para sempre?
Espera... tem algo errado! Não é possível eu estar conformado assim, o que está acontecendo? Esse lugar, tem algo nele, algo que não me deixa pensar! Preciso sair daqui e rápido!
Preciso me despedir do animal, preciso sair daqui!

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